Nas primeiras horas do dia nosso organismo libera hormônios contra reguladores que se dividem em quatro tipos: adrenalina, glucagon, cortisol e GH (hormônio do crescimento) fazendo com que o fígado por meio de mecanismo da gliconeogênese hepático libere glicose proporcionando assim energia para iniciar nosso dia. Esses hormônios impedem que o corpo fique sensível à ação da insulina.
O resultado é que o nível da glicose aumenta entre 4 e 8 horas da manhã, uma reação fisiológica normal conhecida como o fenômeno do amanhecer. Em indivíduos não diabéticos o excesso de glicose retorna a níveis normais devido a carga extra de insulina endógena.
Mas, para as pessoas com diabetes esse excesso de glicose pode causar um aumento anormal da glicemia devido a não produzirem insulina (diabetes tipo 1) ou não a produzirem devidamente (diabetes tipo 2) o que levará a hiperglicemia de jejum.
Se essas hiperglicemias persistirem as pessoas devem ser orientadas a realizar testes de glicemia capilar nas madrugadas e em jejum por alguns dias seguidos. Caso essas glicemias estiverem normais na madrugada e hiperglicemias de jejum podemos considerar o fenômeno do amanhecer.
O tratamento pode ser feito aumentando a dose da insulina basal, mudança de horário da insulina basal e/ou hipoglicemiante oral ou mesmo fazendo algumas mudanças da alimentação na ceia.
Vale ressaltar que a automonitorização glicêmica capilar é uma ferramenta importante para os ajustes terapêuticos pois é possível avaliar a resposta individual do paciente, ver se as respostas alcançadas se estão de acordo com as metas glicêmicas recomendadas. Assim, a intervenção da equipe de saúde que acompanha a pessoa com diabetes é importante e necessária para o fortalecimento do auto cuidado mantendo assim um bom controle do diabetes.
Texto: Maria das Graças Velanes de Faria, enfermeira, COREN-Ba 39.834. Pós Graduação em Educação em Diabetes. Coordenadora de Educação em Diabetes da SESA/Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia.
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